Em uma família de abelhas do gênero Apis, são conhecidos três tipos de indivíduos ou castas: a rainha, a operária e o zangão (Figura 1).
Figura 1. Tipos de indivíduos de uma colônia de abelhas Apis mellifera L.
A rainha
É a mãe de todos os indivíduos da colônia. Apesar de ser chamada de mãe, por gerar novos indivíduos no enxame, a rainha não cuida das crias, nem ao menos alimenta as larvas, sendo esta tarefa de responsabilidade das operárias jovens.
A abelha rainha secreta, através de suas glândulas mandibulares, uma substância denominada de feromônios que se espalha pelo seu corpo e se propaga para todas as abelhas da colônia através do constante contato entre operárias e rainha. Essa substância desempenha as seguintes funções: coesão das abelhas, atração de zangões durante a cópula, manutenção da unidade do enxame durante a enxameação, inibição da produção de uma nova rainha e também do desenvolvimento ovariano das operárias.
Em situação normal cada colméia possui apenas uma rainha que, para ser fecundada, realiza um ou mais vôos nupciais, podendo ser fecundada por vários zangões (10 a 20) em vôos, que se realizam com maior freqüência entre as 13 e 17 horas, a uma altura de 8 a 20 metros do solo. O vôo nupcial ocorre entre 9 a 12 dias de idade adulta da rainha. Cinco a seis dias após a fecundação inicia-se a postura, podendo pôr de 1.500 a 2.000 ovos por dia, em condições de grandes floradas.
A rainha pode viver até cinco anos, no entanto, nas condições tropicais brasileiras sua vida útil é de aproximadamente um ano. Ela é naturalmente substituída quando não mais estiver cumprindo com suas funções, principalmente a postura de ovos fecundados.
Os zangões
Os machos da colônia são maiores do que as operárias. Não apresentam estruturas específicas para o trabalho e sua função na colméia é fecundar a rainha. Atingem a maturidade sexual aos 12 dias da idade adulta e, após fecundar a rainha, morrem, por perderem parte dos seus órgãos sexuais, os quais ficam presos na genitália da rainha.
Operárias
As abelhas operárias são responsáveis por todas as tarefas dentro e fora da colméia. Suas atividades vão obedecer a uma escala de trabalho que normalmente está associada à idade do indivíduo. São indivíduos que não apresentam os órgãos reprodutivos completamente desenvolvidos, por terem nascido em berços pequenos e não terem sido alimentados com geléia real.
O tempo de vida de uma operária varia em função da quantidade e distância do alimento a ser colhido, como também com as condições climáticas e com a época do ano. Em épocas de grande atividade no campo as operárias vivem em torno de 35 dias, embora sua vida média seja de quarenta a sessenta dias.
Na ausência de rainha algumas operárias desenvolvem seus ovários e realizam postura. Contudo, como elas não foram fecundadas destas posturas só originarão zangões, que serão menores que os produzidos por rainhas, uma vez que foram criados em células de operárias. Estas operárias poedeiras são chamadas de abelhas zanganeiras e as colméias, nesta situação, são denominadas de colméias zanganeiras.
As operárias após os 21 dias de idade dão início a atividades de coleta de alimento no campo. Elas visitam as flores e delas coletam o néctar – fonte de açúcares e o pólen, fonte de proteínas, minerais, óleos e vitaminas. Para transportar estes alimentos até a colméia, as abelhas ao longo do tempo sofreram certas adaptações, como por exemplo, a presença da corbícula que serve para transportar o pólen, e o estômago ou papo de mel, estrutura localizada no abdômen que tem a função de transportar o néctar e a água.
Nenhum comentário:
Postar um comentário